sexta-feira, 27 de abril de 2012

Mulher na cozinha é passado

Foi-se o tempo em que lugar de mulher era na cozinha. Com o passar dos anos, elas se emanciparam das antigas tradições, buscaram conhecimento, invadiram o mercado de trabalho e ocuparam profissões que antes eram dominadas pelo sexo masculino. A mulher moderna é multitarefa, vive uma jornada dupla e tem como principal desafio conciliar a vida profissional à pessoal.

Diante da necessidade de cumprir esse turbilhão de atividades, elas procuram profissões mais flexíveis. Para Maria Clara Cavalcante Bugarim, vice-presidente de Desenvolvimento Profissional e Institucional do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, este é um dos motivos que explicam a crescente ascensão da mulher no ofício da contabilidade. "Percebo que isso está acontecendo em todas as profissões. Trata-se de um fenômeno natural. As mulheres estão buscando qualificação e passando a ocupar mais espaço no mercado de trabalho."

Em 2009, o mercado profissional de contabilistas era formado por homens (74,6%) e mulheres (25,4%), segundo pesquisa nacional realizada pelo CFC. Atualmente, essa relação está em 59% contra 41%. Portanto, dos cerca de 500 mil contabilistas registrados no órgão da categoria, aproximadamente 200 mil são mulheres. De acordo com o presidente do CFC, Juarez Domingues Carneiro, em alguns estados brasileiros as mulheres já representam mais de 50% dos profissionais.

Na avaliação de Maria Clara, o mercado aquecido e a oportunidade de salários atrativos também contribuem para a absorção dessas profissionais. "É importante pensar que grandes, médias ou pequenas empresas precisam do contabilista." A pesquisa aponta que os profissionais técnicos recebem remuneração mensal entre R$ 2.100,00 e R$ 4.200,00, enquanto a dos formados no ensino superior é de R$ 4.200,00 a R$ 8.400,00.

Maria Clara, porém, chama a atenção para a constante necessidade de atualização dos profissionais, bem como o domínio de mais de mais de um idioma, principalmente o inglês. "Diante das constantes mudanças na legislação e das normas contábeis é preciso se atualizar. O CFC desenvolve um programa sistêmico de aperfeiçoamento profissional, com objetivo de capacitar o contabilista para atuar em todos os estados da federação. Adaptar-se às mudanças não é opção; é necessidade", afirma categoricamente a executiva, que também é presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis.

Ela recomenda ainda que os jovens fiquem atentos às oportunidades de mercado. Com a crescente entrada de chineses no Brasil, há uma procura por profissionais que falam o idioma mandarim.

A pesquisa realizada pelo conselho mostra ainda que 90,9% dos profissionais que participaram da amostra estão satisfeitos com a profissão, dos quais 21,8% estão plenamente satisfeitos e 69,1% satisfeitos.

Fonte: DCI – SP
27/04/2012

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