A
contabilidade, por ser alimentada diariamente pelas transações realizadas na
empresa, pode ser considerada um sistema de informação indispensável à gestão.
Nem sempre a contabilidade é vista como uma ferramenta gerencial, mas como uma
obrigatoriedade exigida por lei. Por isso, cabe ao contador demonstrar ao
administrador que a contabilidade financeira pode se transformar em uma
ferramenta gerencial, cuja principal finalidade é auxiliar os gestores no
processo decisório. Buscando um diferencial competitivo é crescente o número de
empresas que vêm investindo em meios que ofereçam informações estratégicas a
fim de possibilitar aos gestores tomadas de decisões mais seguras e de forma
proativa. O desenvolvimento deste trabalho visa demonstrar a importância dos dados
contábeis para gestão empresarial. Não houve intenção em esgotar o tema que é
bastante polêmico e fruto de diversos assuntos acadêmicos e profissionais. O
artigo foi baseado em bibliografias sobre o assunto, pesquisas na internet e
conteúdos apresentados em aula.
Palavras
chave: Finanças, Contabilidade, Gestão Empresarial, Administração.
INTRODUÇÃO
Atualmente
a Compensação Tributária constitui um dos principais instrumentos legais
utilizados pelas empresas, tanto na razão da não-cumulatividade de tributos
como "Pis", "Cofins" e "Ipi", bem como em
decorrência de créditos fiscais existentes em virtude de ações de repetições de
indébitos.
A nossa
Constituição Federal, pelo próprio sistema adotado pelo legislador
constituinte, é bastante abrangente, indo desde normas programáticas, que
efetivamente devem estar contidos no seu texto, até minúcias que, em verdade,
desmereciam guarida no que se convenciona chamar de Lei Maior de uma nação.
A
Constituição Federal (CF) consagrou o princípio do federalismo delimitando e
dividindo entre os entes políticos (União, Estados-Membros, Distrito Federal e
município) o poder de tributar.
O
estabelecimento do sistema tributário nacional é muito importante, por trazer
os princípios gerais em matéria tributária, dispor a respeito da competência,
limitações à imposição tributária, discriminação das rendas, imunidades,
isenções e outras questões de suma importância.
Em seu
título VI – Da Tributação e do Orçamento, os artigos 145 a 159, determinam em
seu conteúdo os princípios de tributação e os elementos delimitadores da
atividade de tributar, funcionando como elemento disciplinador no poder de
tributar.
A CF não
cria efetivamente tributos, ela apenas outorga competência tributária para as
pessoas políticas, sou seja, confere aos entes políticos a aptidão para criar,
modificar, e extinguir, por meio de leis, tributos.
Em
verdade, alguns doutrinadores afirmam que o sistema tributário nacional é um
verdadeiro subsistema, que trata dos aspectos da imposição tributária pelo
estado, dos poderes exercidos por este na esfera tributária e das garantias dos
contribuintes perante estes poderes.
O Sistema
Tributário Nacional compõe-se de tributos, que, de acordo com a Constituição,
compreendem os impostos, as taxas e a contribuição de melhoria (145).
Na área
tributária, existem vários princípios constitucionais, a reger a forma de
imposição tributária, são eles: legalidade (art.150, I); isonomia (art.150,
II); irretroatividade (art.150, III, "a"); anterioridade (art.150,
III, "b"); proibição de confisco (art. 150, IV); liberdade de tráfego
(art. 150 V); imunidades (art. 150, VI); outras limitações ( arts.151 e 152);
capacidade produtiva (art.145 ,inc.1).
O
problema central sobre o qual repousa o presente trabalho é a questão da relevância
dos dados contábeis para o gestor na tomada de decisões.
Demonstrará
a importância da Contabilidade financeira e gerencial na administração das
empresas, e o papel do contador como principal facilitador dessa tarefa.
Serão
apresentados os usuários mais freqüentes da Contabilidade, as demonstrações
contábeis exigidas pela Legislação e a preeminência de saber analisá-las, bem
como a importância da utilização de indicadores financeiros e não financeiros.
O fluxo
de caixa também será citado neste capítulo, pois permite ao administrador
planejar e controlar melhor as entradas e os gastos de sua empresa.
Por fim,
serão abordados de forma resumida os tipos de custeio mais utilizados pelas
empresas e a necessidade de se conhecerem os custos dos produtos e serviços
para melhor administrá-los.
A fim de
conseguir melhores resultados esse estudo terá caráter dedutivo descritivo
fundamentado em revisão bibliográfica correlata.
CONTABILIDADE
FINANCEIRA E GERENCIAL
A
Contabilidade pode ser definida como um sistema de registros e apuração ou
medição da riqueza (LEITE, 1988). Gonçalves e Batista (1996) definem
Contabilidade como "ciência que tem por objeto o estudo do Patrimônio a
partir da utilização de métodos especialmente desenvolvidos para coletar,
registrar, acumular, resumir, e analisar todos os fatos que afetam a situação
patrimonial de uma pessoa."
A
Contabilidade por ter o patrimônio como objeto principal e por estar presente
nas rotinas empresariais deverá obedecer a algumas exigências perante a
Legislação, como os Princípios e as Convenções contábeis. Conforme o Artigo 3º
da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) N.º 750/93, os
Princípios Fundamentais de Contabilidade são: ENTIDADE, CONTINUIDADE,
OPORTUNIDADE, REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL, ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA, COMPETÊNCIA,
PRUDÊNCIA.
As
Convenções contábeis representam um complemento dos Princípios, delimitando
conceitos, atribuições e direções no trato de problemas contábeis. São elas: a
Objetividade, a Materialidade, o Conservadorismo e a Consistência (OLIVEIRA,
1991).
A
Contabilidade financeira está intimamente ligada às rotinas contábeis da
empresa exigidas pela Legislação e muitas vezes não consegue atender às
necessidades que os administradores têm por informações gerenciais.
Horngren
(1986, p. 23) acredita que a contabilidade não pode apenas atender às
necessidades legais servindo basicamente às financeiras, pois assim sua
utilidade para a administração praticamente desapareceria.
Além do
dever de cumprir todas as exigências impostas pela Legislação, uma das
principais tarefas do contador é facilitar a compreensão das informações
contábeis aos administradores, demonstrando a importância da Contabilidade no
processo decisório.
Saber
como melhor interpretar os resultados da empresa é um dos objetivos primordiais
da Contabilidade gerencial. Segundo Anthony (1974), a Contabilidade deverá
preocupar-se em gerar informações úteis à administração, atendendo às
necessidades dos gestores.
A
contabilidade gerencial utiliza instrumentos para auxiliar a interpretação dos
resultados levantados através da contabilidade financeira, como a análise e a
interpretação das demonstrações contábeis, os indicadores financeiros e não
financeiros, as ferramentas como Benchmarketing, planejamento estratégico,
Balanced Scorecard, entre outros.
Oliveira
(apud SANTOS, 1993, p.18) afirma que o trabalho gerencial é um processo
administrativo que envolve planejamento, organização, direção e controle
voltados para resultados.
Sendo a
empresa uma organização de recursos físicos e humanos, cabe aos administradores
saber gerenciar tais recursos da melhor forma possível.
Padoveze
(1996, p. 26) comenta a importância de uma entidade ter o apoio da
Contabilidade gerencial na administração de seus negócios, pois, segundo ele,
se houver dentro dessa entidade pessoas que consigam traduzir conceitos
contábeis em ações práticas, a Contabilidade estará sendo um instrumento para a
administração.
Já
Lomgenecker (apud LONGENECKER; MOORE; PETRY, 1997, P. 516) afirma que
"todo empresário deve ter conhecimentos suficientes sobre o processo
contábil, inclusive sobre demonstrativos financeiros, para poder reconhecer
quais métodos contábeis poderão funcionar de forma mais vantajosa em sua
empresa"
Enquanto
a Contabilidade financeira está voltada às exigências fiscais, a Contabilidade
gerencial está voltada à gestão da empresa, e ambas têm a sua utilidade e
apresentam características diferenciadas devido ao seu público-alvo.
A
Contabilidade gerencial confecciona relatórios conforme as necessidades dos
administradores, muitas vezes utilizando como fonte de informações os dados
contidos nos relatórios gerados pela Contabilidade financeira, em que esses
dados são transformados em uma linguagem mais concisa e clara para o administrador.
O
importante é saber analisar e interpretar as demonstrações contábeis para
atender às necessidades de respostas dos gestores.
Segundo
Iudícibus (1988, p. 127), "a análise de balanços mais aponta problemas a
serem investigados do que soluções".
Horngren
(1986, p. 516) comenta o papel do contador no processo de tomada de decisões
citando que "muitos gerentes querem que o contador ofereça sugestões sobre
uma decisão, mesmo que a decisão final sempre pertença ao executivo
operacional".
Sendo um
dos propósitos deste trabalho o de melhorar as relações entre contador e
administrador para que ambos participem do processo decisório, é essencial que
o contador demonstre seu principal papel perante a empresa, que é a geração de
informações úteis ao gestor a fim de facilitar as tomadas de decisão.
A
Resolução CFC nr. 774/94, cita que "os objetivos da Contabilidade, quando
aplicada a uma entidade particularizada, são identificados com a geração de
informações, a serem utilizadas por determinados usuários em decisões que
buscam a realização de interesses e objetivos próprios"
Cada
usuário está interessado em algum aspecto particular da empresa, e os mais
comuns em empresas prestadoras de serviço, por exemplo, são os especificados a
seguir (OLIVEIRA, 1993).
.
Fornecedores: estão interessados na capacidade de pagamento de seus clientes,
ou seja, sua liquidez.
.
Clientes: preocupa-se em saber se os fornecedores terão capacidade para
atendê-los conforme suas exigências, tanto no produto como nos prazos de
pagamentos.
. Concorrentes:
fornecem padrões para a empresa auto-avaliar-se.
.
Instituições financeiras: analisam a rentabilidade em relação aos prazos, às
condições de pagamento e à liquidez da empresa.
.
Dirigentes: interessam-se pelas análises como uma ferramenta nas tomadas de
decisão.
.
Governo: utiliza-se da análise de balanços para obter informações de cunho
financeiro e evolutivo das empresas.
A
Contabilidade e a administração de empresas caminham lado a lado, pois a
Contabilidade se alimenta de informações, e estas são necessárias tanto para o
planejamento como para as tomadas de decisão.
Atualmente,
os relatórios financeiros deixaram de ser apenas informativos numéricos.
A
necessidade crescente por informações úteis à administração e que gerem
resultados fez com que o contador percebesse a importância de transformar
números em relatórios gerenciais, seja através de simples gráficos
desenvolvidos em planilhas auxiliares ou até mesmo em softwares especializados
em gestão, tornando a Contabilidade gerencial cada vez mais usual no cotidiano
das empresas.
Horngren
(1986, p. 516) comenta o papel do contador no processo de tomada de decisões
citando que "muitos gerentes querem que o contador ofereça sugestões sobre
uma decisão, mesmo que a decisão final sempre pertença ao executivo
operacional".
Sendo um
dos propósitos deste trabalho o de melhorar as relações entre contador e
administrador para que ambos participem do processo decisório, é essencial que
o contador demonstre seu principal papel perante a empresa, que é a geração de
informações úteis ao gestor a fim de facilitar as tomadas de decisão.
A Lei nº
6.404/76, conhecida como a Lei das Sociedades Anônimas, estabelece em seu
Artigo 176 as demonstrações financeiras que deverão exprimir com clareza a
situação do patrimônio da sociedade e as mutações ocorridas no exercício.
1.
Balanço Patrimonial.
2.
Demonstração do Resultado do Exercício.
3.
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.
4.
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.
5. Notas
Explicativas.
Segundo
Franco (1991), "a estática patrimonial é demonstrada no Balanço
Patrimonial,
que é a representação dos bens, direitos e obrigações do patrimônio, pondo em
evidência a igualdade entre os valores ativos e passivos".
A segunda
demonstração exigida pela Lei das S.A. é considerada mais dinâmica por parte
dos administradores.
A
demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados deverá conter alguns dados. A
demonstração das origens e aplicações de recursos indicará as modificações na
posição financeira da sociedade.
As notas
explicativas são necessárias para esclarecer o resultado do exercício e a
situação patrimonial da empresa.
Conforme
Iudícibus (1988, p. 22), "a análise e interpretação das demonstrações
contábeis faz sentido quando, além de sua função de informar o posicionamento
relativo e a evolução de vários grupos contábeis, também serve como um painel
geral de controle para administração".
Segundo
Padoveze (1996, p. 117), basicamente o ferramental de análise de balanço é
composto da análise vertical e horizontal, dos indicadores de desempenho e da
avaliação final.
Essas
duas ferramentas serão brevemente descritas a seguir.
ANÁLISE
VERTICAL E HORIZONTAL
Pode-se
definir a análise horizontal como sendo uma comparação que se faz entre valores
de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais.
Matarazzo
(1997 p. 251) afirma que a análise horizontal baseia-se na evolução de cada
conta de uma série de demonstrações financeiras em relação à demonstração
anterior, geralmente a mais antiga da série.
Já a
análise vertical é definida, segundo Franco (1991), como "a determinação
da porcentagem de cada elemento patrimonial em relação ao conjunto indicando o
coeficiente dos diversos grupos patrimoniais, dando-nos assim idéia precisa de
distribuição dos valores no conjunto patrimonial".
A
participação expressiva de uma conta ou grupo de contas do total da
demonstração analisada deverá ter uma atenção especial, pois uma alteração
brusca nos valores poderá comprometer a situação econômico-financeira da
empresa.
Matarazzo
(1997, p. 255) recomenda que as análises vertical e horizontal sejam usadas
conjuntamente, pois uma complementa a outra.
Segundo
Gomes (1997, p. 76), os indicadores de desempenho deverão ser selecionados para
controlar a evolução da capacidade competitiva da organização.
A criação
dos indicadores e sua permanência de uso são particularidades de cada empresa,
estando intimamente ligadas ao seu ramo de atividade.
Ao longo
do tempo, pode-se identificar as carências de determinados indicadores, havendo
a necessidade de nova implementação ou até mesmo de substituição.
Kaplan
(1998) acredita que os indicadores de desempenho deverão conter informações que
satisfaçam tanto os gerentes como os funcionários.
O
aperfeiçoamento dos indicadores tende a ser contínuo, à medida que a empresa
conseguir identificá-los e colocá-los em prática tornar-se-á um poderoso
instrumento de medida do desempenho da empresa.
Os
indicadores econômico-financeiros estão relacionados ao contexto quantitativo,
tendo nas demonstrações contábeis sua principal fonte de informações.
A análise
através de indicadores econômico-financeiros ou de quocientes, como também é
conhecida, é muito valorizada por profissionais da área financeira, pois a
relevância de se compararem contas e grupos gerará maior conhecimento do que a
análise isolada de cada componente das demonstrações contábeis.
Iudícibus
(1988, p. 145) afirma que "o uso de quocientes tem como finalidade
principal permitir ao analista extrair tendências e comparar os quocientes com
padrões pré-estabelecidos".
É
recomendado não utilizar uma quantidade excessiva de quocientes, pois esse
procedimento tende a facilitar a perda do foco inicial, que é a compreensão dos
valores expostos em determinada demonstração contábil.
Os grupos
de quocientes mais utilizados pelos usuários são:
a)
quocientes de liquidez;
b)
quocientes de endividamento;
c)
quocientes de atividade (rotação);
d)
quocientes de rentabilidade.
A
harmonia entre os indicadores financeiros e não financeiros auxiliará o
administrador na identificação dos pontos fortes e fracos da empresa.
Os
indicadores não financeiros envolvem o contexto social e qualitativo da
empresa, os quais são definidos de acordo com as particularidades de cada uma
delas.
Como
exemplos podem ser citados o valor intelectual, a criatividade e a rotatividade
dos empregados, as promoções, o número de dias sem acidentes de trabalho, o
sucesso no recrutamento de empregados, a qualidade dos produtos, o nível de
satisfação dos clientes e a evolução participativa no mercado.
Cada vez
mais, o capital humano tem se tornado um diferencial competitivo nas empresas,
principalmente nas que prestam serviços.
Investir
em treinamento e desenvolvimento dos funcionários deixou de ser um investimento
de difícil retorno, pois a tecnologia e a informação passaram a fazer parte do
cotidiano empresarial.
De acordo
com Padoveze (1996), os gastos com treinamentos e desenvolvimento dos
funcionários ainda são tratados como despesas na Contabilidade.
GESTÃO DE
FLUXO DE CAIXA
Matarazzo
(1997, p. 370) descreve os principais objetivos do fluxo de caixa, os quais são
listados a seguir:
Avaliar
as alternativas de investimentos.Avaliar e controlar ao longo do tempo as
decisões importantes que são tomadas na empresa, com reflexos
monetários.Avaliar as situações presentes e futuras do caixa na empresa,
posicionado-a para que não chegue à situação de iliquidez.Certificar que os excessos
momentâneos de caixa estão sendo devidamente aplicados.
A
elaboração desse demonstrativo financeiro é indispensável na administração de
qualquer negócio, devido ao valor das informações financeiras prestadas ao
administrador.
O fluxo
de caixa reflete o passado, o presente e auxilia no planejamento empresarial,
pois o administrador tomará decisões baseado em informações que extraiu, muitas
vezes, desse fluxo.
Basicamente
existem dois modelos de fluxo de caixa mais utilizados: o fluxo de caixa pelo
método direto e o fluxo de caixa pelo método indireto.
Por
apresentar dados financeiros e econômicos na sua estruturação, o método
indireto confunde muito os usuários leigos em Contabilidade (PADOVEZE, 1996).
Zdanowicz
(1998, p. 40) define fluxo de caixa como sendo "o instrumento de
programação financeira, que compreende as estimativas de entradas e saídas de
caixa em certo período de tempo projetado".
Segundo
Martins (1991), a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e o Balanço são
tão importantes para a gestão da empresa quanto o Fluxo de Caixa.
As duas
primeiras demonstrações são utilizadas para analisar a evolução do patrimônio e
para conhecer a sua efetiva rentabilidade; já a análise financeira de curto
prazo o Fluxo de Caixa é mais útil, pois dá condições ao administrador de
acompanhar a liquidez da empresa.
CUSTO DO
PRODUTO
A
preocupação em se conhecer o custo dos produtos é uma questão muito discutida
nos encontros entre administradores e contadores. Desses encontros deverão surgir
idéias de como melhorar a gestão de custos na empresa a fim de reduzÍ-los sem
prejudicar a qualidade dos produtos.
O
contador poderá contribuir nesse processo demonstrando ao administrador os
custos dos seus produtos e sugerindo soluções de como reduzÍ-los; e o
administrador terá a tarefa de transmitir a importância para toda a empresa de
se conhecerem os custos e a de administrar da melhor forma possível os centros
de custos.
Segundo
Padoveze (1996), cada vez mais se torna imprescindível que os administradores
conheçam os custos das atividades de suas empresas. Para tanto, deverá ser
identificado o método de custeio mais adequado à realidade da organização.
Figueiredo
(apud BEULKE; BERTÓ, 1996) afirma que o primeiro objetivo na formulação do
preço de um produto é cobrir todos os custos variáveis incorridos em sua
fabricação e venda. O segundo objetivo é obter a maior margem possível a fim de
que possam ser cobertos os custos fixos e seja obtido um lucro.
A
importância de se encontrar o custo real dos produtos está intimamente ligada à
precificação. Beulke ( apud BEULKE; BERTÓ, 1996, p. 33) relaciona custo (a ser
administrado e minimizado), preço (ajustado ao mercado para ser competitivo) e
margem de contribuição (suficiente para remunerar o custo fixo e propiciar um
retorno adequado).
As
metodologias de apuração de custos mais utilizadas na Contabilidade são o
custeamento variável e o custeamento por absorção, por serem mais práticas e de
fácil visualização do custo dos produtos.
A
Legislação influencia muito na atitude das empresas em demonstrar seus
verdadeiros custos, pois as formas de se calcularem os custos dos produtos
estão intimamente ligadas ao resultado da empresa, que, por sua vez, será
oferecido à tributação (MARTINS, 1996).
Devido a
essa preocupação em atender à Legislação, a necessidade de se gerenciarem
custos pode deixar de existir dentro das empresas. Seguindo essa linha de
pensamento, surgiu um novo método de custeamento denominado Activity Based
Costing (ABC) ou Custeio Baseado em
Atividades, que procura aprimorar o custeamento dos produtos, sempre voltado
para a gestão estratégica de custos.
Independente
do método de custeio adotado pela empresa, este oferecerá vantagens e
desvantagens a serem consideradas (CHING, 1997). O método de custeio variável
(direto) trabalha com a margem de contribuição dos produtos, concentra-se nos
custos diretos dos produtos e por isso não é aceito pela Legislação.
O método
de custeio por absorção, apesar de ser aceito pela Legislação, aloca todos os
custos e despesas ao produto, sejam eles diretos, indiretos, variáveis ou
fixos.
A forma
de alocar os custos indiretos é feita utilizando-se o método de rateio, sendo
muito criticado pelos adeptos do ABC (MARTINS, 1996; IUDÍCIBUS, 1998).
O ABC não
é um novo método de custeio a fim de atender à Legislação; é tido como uma
ferramenta gerencial que está voltada às atividades da empresa. Dessa forma,
não utilizam rateios na alocação dos custos, despesas indiretas e fixas.
Para
facilitar o processo segue uma sistemática compostas de cinco passos, cada qual
compreendendo um conjunto de tarefas bem definidas, de forma a facilitar a
condução por parte do contador e a assimilação e o engajamento por parte do
gestor.
Os passos
para implantação dessa sistemática são introduzidos abaixo de forma resumida.
Passo Um
- Analisar a empresa: nesta fase o contador irá conhecer a organização na sua
totalidade, buscará informação junto à contabilidade da empresa, analisará
documentos que descrevam os processos de rotinas da empresa, enfim estudará
cada detalhe que julgar importante e necessário para melhor conhecer estudará
cada detalhe que julgar importante e necessário para melhor conhecer os
objetivos estratégicos da empresa ora analisada.Passo Dois - Entender o processo
decisório da empresa: verificar junto aos gestores como são tomadas as decisões
atualmente, qual é a fontes das informações que servem de base a essas
decisões, quais são os instrumentos utilizados no processo decisório e quais
são os atores envolvidos. Neste passo são identificadas oportunidades para
melhorar processo decisório. Passo Três - Analisar os dados disponíveis nos
sistemas contábeis: o contador deverá analisar o sistema contábil adotado pela
empresa, além de outros repositórios de dados, a fim de identificar fontes de
dados que possam ser transformadas em informações uteis á administração da
empresa. Passo Quatro – Elaborar relatórios: nesta fase serão transformados os
dados identificados no passo anterior em informação uteis ao processo
decisórios, cujos resultados será a elaboração de relatórios capazes de
evidenciar as operações da empresa de maneira a facilitar as tomadas de
decisão. Os relatórios desenvolvidos nesta etapa deverão estar de acordo com as
necessidades e características particulares de cada empresa, isto é, serão
personalizados. Esses relatórios não serão necessariamente aqueles mais
conhecidos e utilizados pelos gestores de uma forma geral, mas sim, relatórios
que contenham informações julgadas úteis aos gestores de determinada
organização.Passo Cinco – Adaptação do processo decisório: o contador
apresentara aos gestores as diferentes formas de elaboração de relatórios
desenvolvidas na fase anterior e explicará como essas informações poderão ser
utilizadas para melhorar o processo decisório da empresa. Nesta fase serão
analisados os fatores que foram abordados na elaboração de relatórios afetos ao
planejamento estratégico e as novas possibilidades de interpretação da situação
da empresa, a fim de demonstrar a viabilidade da incorporação de instrumentos
apoiados sobre a contabilidade da participação ativa do gestor em todo o
processo.
A
sistemática apresentada um processo interativo, pois envolve a participação do
gestor ativamente ao longo dos passos, e incremental, porque as mudanças no
processo decisório vão ocorrendo gradualmente e de forma continuam, ou seja,
com o termino de um ciclo completo (desenvolvimento das cinco fases), existirão
novos insumos para se reiniciar todo o processo novamente, e assim
sucessivamente.
CONCLUSÃO
A
contabilidade pode ser considerada uma fonte de informação valiosa para uma
empresa, pois é alimentada com dados gerados por todos os centros de lucro que
a compõem.
São na
contabilidade que os fatos ocorridos na empresa se transformam em lançamentos
contábeis, que, por sua vez, geram dados que poderão ser transformados em
informações gerenciais capazes de dar suporte às mais diversas decisões tomadas
pelos administradores, seja a empresa do ramo industrial, comercial ou
prestadora de serviços.
As
informações contábeis deverão propiciar ao usuário uma melhor compreensão dos
fatos ocorridos na empresa em determinado momento. Entretanto, na maioria das
vezes, os relatórios gerados pela contabilidade têm apenas o objetivo de
atender à legislação vigente do ramo de atividade ao qual a empresa pertence.
Devido a
essa particularidade, nem sempre os gestores conseguem visualizar o resultado
de suas ações através de tais relatórios, pois a nomenclatura utilizada não
pertence ao dia-a-dia do empresário. Cabe então ao profissional da
contabilidade estudar formas de evidenciar as informações contidas nos
relatórios contábeis a fim de apoiar o processo decisório.
O
desenvolvimento deste trabalho visou enriquecer e melhorar o processo
decisório, gerando com isso uma vantagem competitiva para as empresas, tomando
como base a contabilidade.
A fim de
dar suporte ao processo de gestão empresarial, o estudo apresentado sugeriu a
elaboração de uma sistemática que consiga inserir, de forma gradativa, a
contabilidade gerencial, com o objetivo de gerar conhecimento aos gestores
facilitando o processo de tomada de decisão.
Essa
sistemática visa inserir o gestor na elaboração dos relatórios gerenciais, de
modo que possam ser desenvolvidos instrumentos de apoio à gestão mais próxima
das reais necessidades dos administradores.
A
participação do gestor na elaboração e validação dos relatórios gerenciais é
determinante para o sucesso dos relatórios, os quais constituem parte
integrante do processo decisório da empresa. Com relação à inserção desse
processo de forma incremental, é sabido que, quando as mudanças são graduais,
tornam-se mais fáceis de serem absorvidas e, conseqüentemente, apresentam
resultados de forma mais rápida.
Uma das
vantagens desse sistema integrado de informação seria a minimização ou até
mesmo a extinção dos retrabalhos realizados pelos departamentos financeiro e
contábil, uma vez que estes desenvolvem os relatórios gerenciais utilizados no
processo de tomada de decisões.
Naturalmente
o tema discutido não se esgota com esta pesquisa, sendo fundamental que o
estudo tenha continuidade para aprimorar os relatórios gerenciais, que visam,
sobretudo, informar ao gestor o resultado de sua administração.
(*)
Juliano do Amaral Leite - Formado em Administração de Empresas,MBA em
Administração em Marketing e MBA e Administração em Finanças, Empresário hoje
trabalho no ramo de Importações.
Fonte:
Administradores.com
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