Com a
criação e implementação do Sped - Sistema Público de Escrituração Fiscal e
Contábil e das Notas Fiscais Eletrônicas, algumas práticas não muito
convencionais para melhorar o resultado dos balanços das empresas e corporações
estão deixando de existir.
O
processo de adaptação ao novo sistema tem sido doloroso, porém, necessário. A
vantagem é que agora os números apresentados estão muito próximos da realidade,
facilitando a tomada de decisão, negociação de ações, incorporação ou compra e
venda de empresas. Estamos seguindo os padrões internacionais de controle.
Quando uma empresa compra outra, os números precisam estar corretos para que
não ocorra aquisição de gato por lebre. Neste aspecto, a escrituração digital
tem conseguido grandes avanços, esclarece o presidente do Sescap de Londrina,
Marcelo Odetto Esquiante. Antigamente havia mais prazos e meios legais para
resolver os problemas que pudessem aparecer. Com os novos processos, aumentou o
rigor, por isso, precisamos todos de atenção redobrada, comenta Esquiante.
Mas, para
que a transição do sistema antigo para o rigor dos novos procedimentos não seja
traumática, é essencial que todos façam a sua parte. E nem todos estão fazendo.
Uma pesquisa realizada em 2012 pela Prosoft Inteligência Contábil mostrou que
98% dos dados enviados pelo Sped à Receita Federal do Brasil (RFB) não seguiram
as regras da entidade, causando erros ou divergências de informações.
De acordo
com o diretor de análise tributária da Prosoft, Igor Garrido, as instituições
estão enviando as informações para a Receita sem observar as divergências de
números ao longo de todo o processo. Além disso, há o acréscimo de detalhes
exigidos no Sped, os gestores precisam enviar as informações também via Fcont,
sistema que será substituído pelo digital.
Para
Garrido, é necessária uma maior conscientização dos empresários e contadores
para entenderem que a contabilidade mudou e a integração desse profissional com
a empresa deve ser cada vez maior. Somente quando a Receita começar as
autuações a consciência fiscal aumentará, diz o diretor.
De acordo
com dados da Prosoft, o volume de dados fiscais e operacionais enviados por
empresa em ambiente eletrônico para a Receita aumentou 23 vezes, desde a
implementação gradual do Sped, ao longo dos últimos cinco anos. As despesas com
computadores, sistemas e, principalmente, mão de obra só têm aumentado, segundo
apontam as pesquisas.
O Sescap
de Londrina tem feito campanhas para que os empresários de todos os setores
entendam que não há mais volta e que todos precisam fazer a sua parte. Nossa
campanha é para que os empresários saibam que é preciso treinar e qualificar
seus funcionários que repassam as informações para a contabilidade. Na Nota
Fiscal Eletrônica, por exemplo, é preciso inserir corretamente o código do
produto vendido. É um código internacional, que serve para todos os países do
Mercosul, diz Esquiante.
Antigamente
o contador lançava manualmente o total das notas escrituradas. Hoje, ele
importa os dados, em ambiente eletrônico, de cada produto comprado ou vendido
pela empresa e a sua respectiva tributação (ICMS, IPI, PIS, Cofins). Quando
chegam à Receita, os dados eletrônicos são conferidos pela fiscalização. Se
houver divergência, a empresa será visitada pelos fiscais.
As multas
da Receita são pesadas. A tendência é que o rigor aumente. Por isso, é muito
melhor e mais barato investir em treinamento e novos equipamentos. É um novo
tempo e todos têm que se adaptar, diz o presidente do Sescap-Ldr.
Fonte:
Sescap-Ldr/ por Folha de Londrina-PR
14/05/2012
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